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EU (não) SOU DO CONTRA


Adquiri uma certa fama de ser do contra. E, confesso, que, talvez, no fundo, eu goste mesmo de ser a "diferentona". Tudo o que é muito igual ou que desperta o interesse da grande maioria das pessoas, em mim desperta uma forma de desdém. Não que eu não goste de muitas coisas que a maioria das pessoas gostam, não estou imune e também não diria que não gosto só para contrariar ou ser a diferente de todos. Acontece, que essa ideia de minorias me soa como a algo "especial" e único. E a maioria das pessoas trata com certa desconfiança ou até preconceito tudo o que é diferente dos padrões aceitos como "normais". Já eu acho legal a ideia de exclusividade que as coisas mais diferentes e contrárias ao senso comum me dá.

Porém ser do contra ainda não tem a ver bem com isso e é algo do qual tenho tomado maior consciência nos últimos tempos. Eu me recordo que sempre que pedia a opinião da minha mãe sobre algo (roupa, cabelo, maquiagem, enfim..) ela me dizia a seguinte frase: "o que eu responder tu vai fazer o contrário mesmo". E essa colocação se estendeu para o meu namorado depois, que me disse isso inúmeras e inúmeras vezes durante o nosso relacionamento. Ou seja, desde sempre eu banco a do contra sem nem ter me dado muita conta disso. E até achava bem engraçado quando me diziam isso, porque eu não só não tinha consciência disso como não concordava que eu gostasse de contrariar as pessoas. E, embora hoje, esteja muito mais ciente dessa minha característica, ainda não concordo que o faça só porque gosto de polemizar ou contrariar todo mundo. Muito pelo contrário.

O que acontece é que, na verdade, eu sou uma pessoa que preza muito por si mesma. Tenho não só a personalidade forte como também as opiniões muito bem formadas (o que não quer dizer, é claro, que eu também não viva mudando de ideia o tempo todo ou não volte atrás nas minhas colocações e pontos de vista). Porém, ter muita opinião e personalidade, me faz colocar sempre em primeiro lugar a minha própria vontade. E muito mais do que isso, é uma maneira de comprovar a minha coragem para mim mesma.

Por exemplo, você pode me dar um conselho. Eu vou ouvi-lo e talvez eu até vá concordar com ele. Você me diz: "Vai com calma que do jeito que você tá fazendo vai dar merda!". E eu penso... ok, ela tem razão, a possibilidade de dar merda é enorme, mas quer saber? Sempre tem esse "mas quer saber". E sempre no final dele vem um belo de um FODA-SE! Se é pra dar merda, pois que dê. Foda-se se a outra pessoa não tem toda sensibilidade do mundo para compreender minhas loucuras e aceitar as formas de amor meio torto que eu estou tentando lhe dar. Foda-se se ela é uma idiota que não tem sentimentos e que não quer me entender. Foda-se se eu podia esperar até amanhã e me acalmar pra fazer algo. Foda-se, pois quem gosta de mim me entende e me releva. E mais do que isso me aceita.( É, meus bons amigos, você me acostumaram um pouco mal e eis que o monstrinho aqui gosta de ser intensamente quem é até a última lágrima. De todo meu coração e com toda compreensão de vocês. Tenho que ser muito grata mesmo por todos que me aturam, eu sei).

Mas, parenteses à parte, além do belo foda-se que adoro mandar pra "vida", se junta a minha personalidade uma crença convicta de que a gente só vai saber se tentar misturada a uma eterna esperança de que, apesar de todas as cetas estarem apontando na direção contrário - ou seja a de que vai dar errado-, pode sim dar muito certo. Porque nada é tão "certo" assim na vida pra não acontecer um desvio no caminho e aquela reviravolta maravilhosa acontecer. Sim, eu sempre acredito. Acreditar é o que me faz bancar a do contra ou a louca muitas vezes. é porque eu acredito que o universo é bom e que eu posso (quase) tudo que eu quiser mesmo. Acredito que Deus está lá em cima de braços abertos pronto pra abençoar e dizer amém pra todos aqueles que tem coragem de serem quem são e fazerem o que querem. E mais, muito mais do que isso, eu realmente não estou nem aí pra opinião alheia. Se vão me achar louca, se vão me achar infantil, se vão me julgar, se vão me apedrejar, se vão dizer que eu não tenho futuro, se vão achar que eu sou uma pessoa sem cabeça... Sério, tanto faz, eu só estou preocupada mesmo com a minha felicidade. E eu sei muito bem que ninguém vai ser feliz por mim.

E conselho, de boa, se fosse bom, já diz o ditado que a gente vendia. Então não vem querer julgar ou apontar ou me pedir calma, porque eu tenho pressa. E se eu estou fazendo algo que possa parecer estar contrariando a sua opinião, me desculpe, mas é que eu tenho a minha e eu gosto mesmo é de lutar por ela até o fim. Se isso é ser do contra, paciência, porque então eu sou mesmo!


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